Pesquisas arqueológicas para o licenciamento do terminal portuário de uso privativo da Bahia Mineração em Ilhéus foram realizadas entre os meses de fevereiro a julho de 2014.
Pesquisadores realizando reconhecimento arqueológico em campo.
Durante essas pesquisas se realizou estudos prospectivos (peritagem da área e sondagens) e ações em educação patrimonial em comunidades rurais nas proximidades de Ilhéus.
Dois tipos de sondagens realizadas em campo: acima realização de poço-teste; abaixo abertura de quadrícula. A profundidade foi limitada em 1 m ou até se alcançar o lençol freático.
Os estudos resultaram na localização de alguns sítios arqueológicos históricos contendo louças portuguesas, bem como vidrarias. Os estudos indicam ainda haver nas proximidades do terminal, mas, fora da área da BAMIN, um sítio pré-colonial contendo urnas funerárias.
Acima sondagem de área com afloramento de uma urna funerária em estrada próxima a uma comunidade rural de Ilhéus. Abaixo um fragmento de louça de um sítio histórico localizado.
Esses sítios foram localizados e medidos em suas áreas e futuramente deverão ser empreendidos serviços de resgate arqueológico e análises laboratoriais de detalhe que possam interpretar e contextualizar essas ocupações do sul da Bahia.
As ações educativas associadas a essas pesquisas foram desenvolvidas em escolas dos povoados limítrofes ao futuro empreendimento e constaram de atividades de palestras, mini-exposições de vestígios pertencentes à Coleção Didática de Arqueologia do LAP/UNEB, bem como a aplicação de oficinas de Arqueologia para os estudantes do ensino fundamental.
Dois momentos de atividades de educação patrimonial realizadas: acima uma das palestras realizadas junto à comunidade; abaixo; oficina de pintura arqueológica feita com alunos do ensino fundamental.
A região de Ilhéus é muito rica do ponto de vista da Arqueologia, seja relacionada a conteúdos arqueológicos pré-coloniais, até aqueles associados aos momentos históricos de sua ocupação. Ilhéus e região apresentam registros de sítios pré-coloniais (pré-históricos) muito antigos, como é o caso do sambaqui Lagoa Encantada, localizado na Comunidade de Areias. Os sambaquis na Bahia são datados desde os últimos 5 mil anos. Outros sítios regionais se relacionam a ocupações de grupos ceramistas mais recentes que os sambaquianos (relacionados aos grupos Aratu e Tupiguarani), também pré-históricos.
Historicamente encontra-se na região uma grande riqueza cultural, seja de cunho imaterial (costumes, celebrações, religiosidade) ou material, como é o caso, por exemplo, do patrimônio arquitetônico regional.
Os estudos arqueológicos na área da BAMIN estão sendo coordenados pela Arqueóloga Dra. Cristiana Santana da UNEB com a colaboração das Arqueólogas Joyce Avelino (Doutoranda em Arqueologia pela UFS) e Noelia Vieira (Gerente de Pesquisa da HAS Consultoria Arqueológica). Apoiam ainda os estudos o pesquisador Hélio Augusto, os Técnicos Reuber Leandro, Marcone Cunha e Joelma Santana.
